A entrada não é gratuita, mas
barata, e se cobra simbolicamente.
Tomara que remédios? Tomara
contra os tédios?
Tomara o vermelho que sim ou o
azul que não?
Gregor Samsa ou o grego Tifão?
Passado o detector de metais,
se nada de mais estiver presente,
cegue-se de olhos no guia do
futuro para trás, e vou na frente.
A orientação essencial,
de que aqui as coordenadas
egocêntricas têm valor nulo,
basta para nos nortear:
À esquerda são os fundos,
e ali as sobras de arte da
Sifilização Acidental. Descontraiam-se.
Atrás fica o teto, até onde a
vista alcança. Cuidado com a cabeça.
Acima há bancos onde a poupança
pode descansar, logo à frente.
Adiante temos o chão. Por favor
não pisar ali.
Abaixo a direita! – grito,
entre outros ruídos. Fica proibido tocar
no silêncio de ouro.
E antes de voltarmos ao ponto
de partida, a praça de alimentação
aos que cumpriram nossa
determinação: não entrar com comida.
A saída de emergência será através
da nossa loja de conveniência.
Espero muito em breve poder
revê-los
para qualquer outra visita
monitorada a um dos meus pesadelos.